Basílica do Carmo (Recife). A imagem de Nossa Senhora do Carmo, doada por Dona Maria I de Portugal foi confeccionada no século XVII com 2,2 metros de altura e 250 quilos, e possui coroa de três quilos de ouro
Daqui a 9 dias é dia de Nossa Senhora do Carmo, começando portanto hoje a Novena a Ela dedicada. O encontro com Jesus, o qual só é mesmo encontro se for feito hoje, e cada dia, ou seja no presente, contem em si janelas e portas e caminhos, um tecido de dobras a desdobrar. Numa palavra, o encontro hoje é um encontro com uma História cheia de pregas, que por sua vez está cheia de histórias. Mas pouco conhecida (s). Muito pouco conhecida (s), pela generalidade das pessoas, intelectuais incluídos. História tão pouco conhecida como pouco conhecido fica esse Jesus que insistimos em reduzir a um símbolo, uma inspiração, uma cruz mais ou menos fashion posta ao peito, um homem igual a outros tantos profetas ou sábios.
A atenção ao passado, diga-se, não significa a desvalorização do presente. Era como se um bébé nascesse dum sei que nada, e caminhasse para outro não sei que nada. Para conhecermos o presente, é preciso olhar para trás e para a frente. E já agora para os lados.
Da História sei a Promessa que Jesus fez aos seus 12 amigos que estupefactos ao olhar para CIMA já se começavam a sentir órfãos: Ficarei convosco até ao final dos tempos. E não vos deixarei órfãos, vou para o Pai, mas o Espírito Santo virá sobre vós e vos inspirará. E neste Deus que Se revelou aqui em BAIXO vão três: Pai, Filho e Espírito Santo. Não cabe na cabeça de ninguém.
Esta herança dá trabalho. Quem se encontra ou é encontrado por Jesus, hoje, tem muito que batalhar. E quem é mais culto, de mais cultura precisa. E precisa de uma grande dose de simplicidade.
Quando Jesus me olhou e olha através dos limites, meus e dos que comigo caminham, Ele pede tudo, um sim radical.
Quem vai ligar a Nossa Sra do Carmo? Pouco sei Dela e dos Carmelitas. Sei vagamente de um escapulário que alguns usam como proteção. Mas no dia em que disse sim, ou seja cada dia, arregaçei, a-regaço as mangas, aceitando a Aventura.
Hoje é o Carmelo. Sábado é S. Bento. Cada dia são homens e mulheres de todos os cantos do mundo, testemunhas do Evangelho, que a Igreja recorda como fazendo parte do seu corpo, cuja cabeça é Cristo. São vidas, que fazem parte da Vida.
E neste ponto a Igreja não podia ser mais pedagógica. Vai ensinando de uma forma discreta mas esplendorosa como tudo foi acontecendo. Eu aceitei e aceito a aventura de viver destas águas revoltas por ondas que desconheço.
Como? Voltando ao Carmelo, comecei hoje a Novena, leio o que S. João Paulo II diz do Escapulário: "O Escapulário é essencialmente um ‘hábito'. Quem o recebe é agregado ou associado num grau mais ou menos íntimo à Ordem do Carmo, dedicada ao serviço da Virgem para o bem de toda a Igreja. " Re-cordo a Verónica, agora carmelita em Fátima, com o seu novo nome Irmã Verónica da Cruz, companheira de longa data.
E vou participar no Congresso Internacional sobre a filósofa judia Edith Stein, no próximo dia 12 de Dezembro. Espero receber lá o Escapulário. Foi há alguns aninhos, em Itália, que esta discípula de Husserl, vítima do Holocausto, doutora da igreja e co-padroeira da Europa, me atraiu. Eu que sou de Filosofia, em especial na área da Fenomenologia, de que Husserl é fundador, não podia estar melhor.